Teste Menu 2


 


SE NÃO FOSSE PELAS CRUZADAS !

É comum que os católicos e muitos evangélicos pensem que as cruzadas foram algo positivo, que foi de alguma forma providencial para impedir que os muçulmanos dominassem o mundo.
É comum também a alegação de que devemos agradecer aos cruzados o fato de não nos chamarmos “Muhammad”, porque, de outra forma, estaríamos falando árabe hoje.
No entanto, essa visão não retrata em nada a realidade. Não apenas as cruzadas não “salvaram o mundo” dos muçulmanos, como também nos deixou um enorme legado negativo.
Jerusalém: Terra Santa?
As cruzadas tiveram um objetivo primordial: reconquistar a “terra santa” (Jerusalém) das mãos dos muçulmanos, que a haviam tomado em 637 d.C.
No entanto, Jerusalém também é considerada “terra santa” por judeus e muçulmanos, e se alguém tinha um “direito legal” pela terra não eram os cristãos, mas os judeus, que eram donos da terra por um milênio, muito mais do que o tempo em que a terra passou nas mãos dos cristãos ou dos muçulmanos.
E se a terra tivesse que ser considerada “cristã” pelo fato dos muçulmanos a terem ganhado à força no século VII, então pelo mesmo motivo teriam que considerá-la território judaico, uma vez que os judeus também perderam Jerusalém na base da espada.
Além disso, o próprio Senhor Jesus revogou completamente a tese de que existe um lugar mais santo do que outro, pelo qual os cristãos tivessem que lutar para conquistar o território custe o que custar.
Isso fica claro na discussão de Jesus com a samaritana, registrada no evangelho de João:
  • João 4.20,21
    “’Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar’. Jesus declarou: ‘Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém’”.
 Portanto, juridicamente falando, não havia base legal para considerar Jerusalém território cristão, e muito menos religiosamente. Não é de se espantar que algo que tenha começado mal terminasse mal.
Assassinato de Judeus.
Como ficou claro através do tempo, o objetivo dos cruzados não era restabelecer Jerusalém aos judeus, nem tampouco aos cristãos, mas era para ficar com ela mesma, a Igreja Romana.
Na primeira cruzada, convocada pelo papa Urbano II (em 1095), os cruzadosaproveitaram a ocasião para queimar sinagogas judaicas por onde passavam, violentando as mulheres e assassinando as crianças.
Ninguém era poupado. Os cruzados mal distinguiam judeus e árabes, optando por matar todos, de qualquer idade ou gênero, por onde quer que passassem.
O Saque de Constantinopla.
Como o tempo mostrou, o propósito de salvar Constantinopla para os ortodoxos não era porque a Igreja Romana era boazinha e queria fazer o bem socorrendo amigavelmente os seus “irmãos” orientais, mas sim porque queria tomá-la para si, alargando ainda mais o seu poder e esmagando ainda mais o pouco que havia sobrado do catolicismo oriental após tantos abusos que já havia sofrido.
Durante a quarta cruzada, o exército do papa decidiu mudar o rumo da viagem e dar uma passadinha por Constantinopla, a principal cidade dos ortodoxos, apenas para arruiná-la completamente.
Assassinato de Crianças e Estupros de Mulheres Muçulmanas.
Os cruzados também demonstraram uma desumanidade sem precedentes nas conquistas que tiveram durante a primeira cruzada.
Por onde passavam e conquistavam, assassinavam todoshomensmulheresvelhosadultoscriançasbebêssem mencionar o estupro das moças.
A brutalidade e selvageria com a qual os cruzados católicos agiam eram tamanha que impressionou os próprios muçulmanos, que também não eram boa gente, ou seja: a ICARconseguia ser pior do que os fanáticos jihadistas da época.
Morte e Escravidão de Crianças.
Um fato desconcertante ocorrido em 1212 foi a famosa “Cruzada das Crianças”, onde os católicos prometeram a salvação às crianças que fossem lutar contra os jihadistas árabes.
Conclusão: Milhares de crianças deixaram suas casas e abandonaram as suas famílias para servir a este propósito.
Resultado: centenas morreram durante o percurso, e as outras milhares que sobraram foram vendidas como escravas no norte da África.
Se os católicos romanos não poupavam nem suas próprias crianças, não impressiona que tenham assassinado as judias e muçulmanas.
O Massacre dos Pobres.
Na primeira cruzada, cerca de 40 mil pessoas dentre as mais pobres da época se juntaram a Pedro, o Eremita. Atacaram os muçulmanos sem armamento.
Foram iludidas com a promessa do papa de que quem lutasse nas cruzadas estaria garantido no Céu, e sem precisar passar pelo purgatório.
Quando os muçulmanos viram o exército de mendigos, atiraram flechas e mataram todos. Não teve nem guerra. Foi um massacre.
Nem o papa e nem os nobres impediram essa cruzada fadada ao fracasso, visto que estes camponeses pobres eram um peso ao Estado católico, e morrerem em guerra não era nada mal.
Fracasso atrás de Fracasso.
Em termos políticos, as cruzadas foram um fracasso total. Resumidamente, os cruzados católicos venceram a primeira, e perderam todas as outras oito.
Estima-se que morreram em média 3 milhões de pessoas, boa parte deste contingente dos próprios católicos que levavam uma paulada atrás da outra dos muçulmanos, e dos peregrinos e imigrantes católicos que eram mortos quando os muçulmanos reconquistavam uma cidade que havia sido tomada pelos cruzados.
E mesmo tendo sido massacrado na guerra, torrado os recursos econômicos europeus, assassinado crianças e mulheres, perdido milhões de soldados e manchado a história do Cristianismo por séculos, ainda há pessoas que glorificam essa insanidade.
Se Não Fosse Pelas Cruzadas…
Se não fosse pelas cruzadas com certeza:
  • Você continuaria falando português
  • Jerusalém continuaria no poder dos muçulmanos (e continuou mesmo depois das cruzadas, então não adiantou nada).
  • A relação entre cristãos e muçulmanos seria menos tensa, pois estaria sem a mancha histórica de milhares de assassinatos de crianças e mulheres de forma covarde e completamente desnecessária, praticados pelos cruzados.
  • A relação entre cristãos e judeus seria mais amena, pois os judeus não se lembrariam que queimaram suas sinagogas, estupraram suas mulheres e assassinaram seus filhos sem qualquer razão, e quando o alvo sequer eram eles.
  • A relação entre católicos romanos e ortodoxos seria bem mais amena, pois todos os historiadores concordam que o saque de Constantinopla foi a gota d’água para a definitiva separação dos dois em termos políticos, consumando irreversivelmente a separação religiosa que já havia ocorrido dois séculos antes.
  • Os ateus teriam muito menos argumentos para jogar na cara dos cristãos, e os evangélicos não teriam que justificar atrocidades cometidas por uma igreja apóstata que nem é a deles e que não mantinha nem uma única gota de Cristianismo genuíno, mas poças inteiras de sangue nas mãos.
 Isso não é uma defesa do islamismo e muito menos de que os muçulmanos eram bonzinhos e estavam cobertos de razão sobre o que faziam.
Qualquer pessoa crescida que estude a história sabe perfeitamente bem que essa dicotomia existia em uma minoria de casos.
Na maioria das vezes, como também aqui, os dois lados eram maus, estavam lutando por seu próprio poder, e para isso faziam o que fosse necessário.
Não existe um “mocinho” nesta história.
A única coisa que difere a máquina de terror católica da máquina de terror muçulmana é que a primeira foi domesticada com o tempo, e a segunda continua selvagem.

Proxima
Este é o post mais recente.
Anterior
Postagem mais antiga

Postar um comentário

 
Top